27 out

Cuide do seu bolso para lucrar mais com o seu negócio

Dentre tantas coisas que vi, vivi e ouvir ao longo da minha jornada empreendedora, tem algo em especial que me motivou vir aqui e escrever esse artigo: o quanto as pessoas colocam o empreendedorismo e o dinheiro como o fim (e não o meio), como a única coisa que você precisa sentir, respirar, fazer.

Principalmente depois do início da pandemia, empreendedorismo (especialmente o digital) virou quase que uma seita.

Você tem que empreender, nem que seja como uma segunda fonte de renda…

Seja produtiva, afinal você está passando mais tempo em casa…

Agora é mais fácil poupar, pois em casa estamos gastando menos…

Você tem que servir, servir e servir o outro. Se você não está fazendo dinheiro é porque não está servindo o suficiente (e/ou bem).

S O C O R R O !

Você já se questionou de onde veio isso, ou para quem isso é bom?

Spoiler: quem vive pregando isso vai falar que, se você não está conseguindo fazer mais dinheiro / ser mais produtiva / faturar com o seu negócio, é porque precisa de um método (que ele/a vende, lógico!) – contém ironia.

A real é que nosso papel como empreendedora é sim servir, entregar o melhor para o nosso cliente. Agora, como entregar o nosso melhor quando a gente não consegue nem cuidar da gente?

Porque veja só, pregam que precisamos ser super produtivas, trabalhar pelo menos umas 12 horas por dia (em alta performance) e que isso por si só vai garantir o seu faturamento no final do mês!

O que ignoram (ou por não ser sua realidade ou mau-caratismo mesmo) é que a maioria de nós, empreendedoras temos outras demandas nessa vida.

Tenho certeza que você, mulher empreendedora que está lendo esse artigo, provavelmente consegue ainda ter empregada doméstica, babá para cuidar das crianças, pedir comida boa por app todos os dias, ou até mesmo precisa conciliar o seu negócio com outro trabalho (tudo isso no “melhor” cenário).

Isso porque ainda não falei do dinheiro.

Sim, você se sente na necessidade de comprar trocentos cursos (gatilho mental que fala né), estar presente em diversas comunidades, investir em tráfego, fazer identidade visual, pagar um social media, isso quando já se tem um CNPJ e temos impostos, contador e por aí vai.

Mas e o seu bolso, o pessoal, como está?

Veja só, você rala de trabalhar para poder fazer a diferença na vida das pessoas, ser bem remunerada com isso, investe horrores na sua capacitação profissional e empreendedora, atura um monte de coisas por aí… tudo isso para faturar mais, afinal abrimos um negócio para isso.

Só que, chega no final do mês e você se vê mais uma vez no cheque especial, recorrendo a empréstimos, dividindo suas compras em vários cartões…

E é aí que está! Se sua vida financeira pessoal estiver zoada, não vai adiantar faturar mais! Não vai adiantar investir em marketing digital, não vai adiantar trabalhar mais. Sabe por quê?

Porque você pode até faturar mais, só que vai continuar sem dinheiro, porque toda vez que você recebe de um cliente, você vai lá e assalta o caixa da tua própria empresa.

Para resolver toda essa bagunça só existe um caminho: cuidar de você (e isso incluí suas finanças)!

E como você pode fazer isso a partir de agora:

1º quanto custa viver a sua vida?

É extremamente importante você ter clareza do padrão de vida que adotou para viver e quanto custa para mantê-lo todos os meses. Não adiantar pensar em gestão financeira do seu negócio se você nem sabe quanto deveria ser o seu pró-labore.

Pois é, o pró-labore que tanto se fala por aí deveria ser, no mínimo, quanto custa viver a sua vida. Principalmente se o seu negócio é sua única fonte de renda.

2º avaliar: esse custo é compatível com a sua realidade hoje?

O estilo de vida que você leva hoje, foi fruto de uma escolha que você teve (ou tiveram por você) no passado. Por bem ou por mal. O que acontece é que o tempo passa, nossas prioridades mudam, nossa vida muda e avaliar se o quanto custa viver a sua vida, é compatível com a sua realidade hoje, se torna fundamental.

Não falo só de dinheiro, não falo sobre cortar gastos. Muitas vezes é nessa avaliação que você conclui que chegou na hora de terceirizar algumas atividades para poder cuidar melhor de você e se dedicar mais ao seu negócio.

3º o seu negócio consegue bancar esse estilo de vida?

Aqui é pensar como empresária. Com certeza você criou o seu negócio para poder fazer a diferença na vida das pessoas ou por uma necessidade, e é fato, que independente disso, você o criou para ser remunerada, de preferência ser muito bem paga pelo seu trabalho.

E como empresária não é apenas pensar “hum faturo 5 e preciso de 5 para viver, então tá tudo certo”.

O seu negócio precisa, além de bancar você, se bancar, gerar lucro (para você poder delegar atividades do seu trabalho, investir em capacitação empreendedora e muito mais).

Então se seu negócio faz tudo isso, ótimo, siga em frente!

Se não faz, entenda o que você pode fazer hoje para mudar isso? Uma sugestão: reduzir gastos e aumentar seus ganhos (o óbvio que precisa ser dito).

Mas o que não falam é que, aumentar os ganhos muitas vezes implica em fazer coisas que você não gosta, empreender e trabalhar CLT ao mesmo tempo, etc.

4º e antes de pensar em investir mais em capacitação empreendedora avalie

Você aplicou tudo o que você aprendeu até agora?

Eu tenho certeza que não. E eu sei disso porque eu também sou empreendedora, eu também fui a louca dos cursos até que, ao passar por uma mentoria eu percebi que, por mais que o processo tenha sido maravilhoso, eu já sabia o que fazer.

Eu precisei relembrar tudo o que já havia aprendido sobre negócios e eis que me dei conta que já sabia muitas coisas que minha mentora trouxe. Mas no passado, estudei e não apliquei.

E eu não fiz, porque tinha aquela síndrome do “preciso me preparar mais antes de ir em campo”. Só que, nunca estaremos 100% prontas…

5º Respeite o seu tempo

Eu sei, outra frase clichê mas eu aposto novamente que você fica super ansiosa pelos resultados. Eu também fico e isso é normal. O que não creio que seja normal é a gente ficar paralisada por não termos ainda chegado lá (seja qual for o seu lá).

É importante entender que por trás de uma empreendedora que você admira muito nas redes sociais, existe toda uma jornada que você não sabe o que foi, afinal o que mostramos na internet não deve ser nem 5% da vida real, incluindo os acertos, os perrengues, os choros, os surtos, as conquistas, os apoios.

Então lembre-se que se sua cabeça e se o financeiro do seu negócio não estiverem ‘ok’, você que empreende no digital pode acabar:

  • Surtando com lançamentos aqui no digital
  • Caindo nas ciladas dos gurus (de qualquer área)
  • Estagnada no ciclo do ‘preciso me preparar mais’
  • Aceitando qualquer tipo de cliente
  • Trabalhando exaustivamente e dinheiro que é bom, nada!

Arrume o seu bolso, sua mente e seu negócio, e a partir daí, será possível lucrar mais e não apenas faturar com o a sua empresa.

Se esse texto fez sentido para você, compartilha com outras amigas empreendedoras, reflita e coloque em prática o que você aprendeu 🙂

Você sabia que eu tenho um treinamento gratuito de finanças para empreendedoras? Você pode garantir a sua vaga aqui.

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